Roberto Miguel Klein
Nasceu em Montenegro, RS, em 31 de outubro de 1923. (68 anos) é casado com Maria Marta Hildebrand Klein (Dona Martinha) com a qual tem três filhos.
Realizou dois cursos de graduação: Licenciatura e, Filosofia (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ijuí, RS – 1970) e Licenciatura em História Natural (Universidade Federal do Paraná, PR – 1964).
Doutorou-se em Botânica (subárea de ecologia) na Universidade de São Paulo – USP – 1979).
Suas atividades profissionais sempre estiveram ligadas à formação de recursos humanos na área ambiental ou em estudos científicos, notadamente na área ambiental e estudos botânicos.
Foi professor da FEPEVI (hoje UNIVALI – Itajaí/SC), Universidade da Região de Blumenau (Blumenau/SC), Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis/SC) e Universidade Federal do Paraná (Curitiba/PR).
Seus relevantes serviços prestados à ciência iniciaram em Brusque, quando, em 1949, assumiu a chefia de equipe ecologia secção Santa Catarina, do Instituto de Malariologia. Nesta atividade realizou importantes trabalhos de fitossociologia utilizando pela primeira vez no Brasil a metodologia de Braun-Blanquet. Estes trabalhos, sob a orientação científica de Henrique Pimenta Velozo e na companhia do padre Raulino Reitz, contribuíram decisivamente para a erradicação da malária no Sul do Brasil e até hoje representam os mais completos estudos fitossociológicos feitos na Floresta Ombrófila Densa no Sul do Brasil.
A partir de 1953 assumiu o cargo de curador do Herbário “Barbosa Rodrigues”, onde permanece até hoje. No Herbário, padre Raulino Reitz e Roberto Miguel Klein, idealizaram a realização do levantamento das plantas do Estado de Santa Catarina e sua publicação através da Flora Ilustrada Catarinense, obra esta que sem dúvida deverá imortalizar estes dois grandes botânicos do Sul do Brasil, principalmente por sua metodologia de realização (estabelecimento de estações de coletas), inédita para trabalhos desta natureza, que normalmente não apresentam uma metodologia pré-determinada de coleta.
Na botânica dedicou-se a coletar plantas arbóreas e tomar informações sobre dendrologia e ecologia das espécies. Coletou 34.000 exsicatas, coleção esta depositada no Herbário “Barbosa Rodrigues” (HBR) e no Herbário do Horto Botânico (FLOR) da Universidade Federal de Santa Catarina.
Interessado pela fisionomia e pela composição das florestas do Sul do Brasil, elaborou mapas de vegetação, contribuindo decisivamente nos levantamentos e mapeamentos do Projeto RADAM BRASIL, onde atua desde 1986.
Seus conhecimentos dendrológicos e autoecológicos das árvores do Sul do Brasil levaram a FAO escolhê-lo como consultor, levando-o ao Paraguai para levantamentos e cursos dendrológicos internacionais. Esta experiência veio culminar com a publicação dos livros Projetos Madeira de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, que atualmente representam base importante para estudos de revegetação e de manejo das florestas nativas.
Seus estudos ecológicos culminaram com a publicação do trabalho Ecologia da flora e vegetação do Vale do Itajaí (KLEIN, 1979 – 1980). Este trabalho envolve a descrição e a estrutura das comunidades vegetais, enfocando também a dinâmica da vegetação desta região e o seu inter-relacionamento com a vegetação do Sul do Brasil. Destaca-se neste contexto sua visão de sucessão secundária, onde foram estabelecidos modelos que refletem o padrão de colonização no Sul do Brasil e a capacidade de recuperação das florestas nativas. Seus estudos de autoecologia têm sido publicados dentro dos fascículos da Flora Ilustrada Catarinense.
Roberto Miguel Klein é um home de visão ampla, dominando não só a taxionomia das espécies arbóreas catarinenses como também, uma série de outros conhecimentos como dendrologia, a autoecologia destas espécies, suas estratégias reprodutivas dentro das comunidades e suas potencialidades para a conservação e manejo das florestas desta ordem.
Sua ambição mais forte como pesquisador tem sido manifestada no desejo de terminar a obra iniciada juntamente com seu companheiro padre Raulino Reitz, a Flora Ilustrada Catarinense. As peripécias empregadas por estes dois botânicos para levar a bom termo esta obra denotam o espírito empreendedor dos mesmos. Sempre tiveram ocupações fora do Herbário “Barbosa Rodrigues’ para se manterem e para garantirem recursos para as suas pesquisas. Brincavam dizendo que o Herbário tinha duas emtades de botânicos, pois apesar de tanto desejarem trabalhar juntos nesta grande obra em tempo integral, isto nunca chegou a ser realidade, ocupados que sempre estiveram em outras instituições. Este momento muito próximo de acontecer, quando os dois, aposentados, poderiam dedicarem-se só ao Herbário “Barbosa Rodrigues”, mas Raulino Reitz morreu antes que isto pudesse acontecer.
A figura de Roberto Miguel Klein tem servido de exemplo para muitos pesquisadores. Neste sentido, tem sido convidado para muitas orientações de teses, cursos e palestras, principalmente no Sul do Brasil.